27 novembro 2005
Todo mundo já deve ter lido, mas...
26 novembro 2005
24 novembro 2005
Adiamento...
Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã... Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã, E assim será possível; mas hoje não... Não, hoje nada; hoje não posso. A persistência confusa da minha subjetividade objetiva, O sono da minha vida real, intercalado, O cansaço antecipado e infinito, Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico... Esta espécie de alma... Só depois de amanhã... Hoje quero preparar-me, Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte... Ele é que é decisivo. Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos... Amanhã é o dia dos planos. Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o rnundo; Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã... Tenho vontade de chorar, Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro... Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo. Só depois de amanhã... Quando era criança o circo de domingo divertia-rne toda a semana. Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância... Depois de amanhã serei outro, A minha vida triunfar-se-á, Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático Serão convocadas por um edital... Mas por um edital de amanhã... Hoje quero dormir, redigirei amanhã... Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância? Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã, Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo... Antes, não... Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei. Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser. Só depois de amanhã... Tenho sono como o frio de um cão vadio. Tenho muito sono. Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã... Sim, talvez só depois de amanhã... O porvir... Sim, o porvir... |
20 novembro 2005
Anjos...
Agora acredito em anjos! Desses que aparecem em tua vida e mostram possibilidades... que te afagam, quando tudo parece destruição, abrem portas e fazem caras e jeitos únicos. E isso não desaparece de tua memória, pois o teu organismo aprendeu a guardar estes bons momentos... pra quando deles precisares novamente, estejam disponíveis em um cantinho reservado de tua memória.
19 novembro 2005
É...
Mesmo não fazendo tudo.
Mesmo não vivendo tudo.
Mesmo não lambendo o papel.
Mesmo não beijando a boca que queria.
Mesmo sem isso.
Vivo chutando latas.
E soltando pipas imaginárias,
Em céus longíquos.
Adoro sorrisos e jeitos e fórmulas.
E não consigo viver como queria.
Chegará o dia em que decisões serão tomadas.
E pode ser que tudo continue na mesma.
E todos vivam felizes.
Mas, o mais certo é tudo recomeçar.
E se esquecer:
Das traições e conversas...
E sempre há amigos que não te abandonam.
Mesmo que não sejam os mesmos.
De quinze minutos atrás.
E estes merecem pelo menos atenção.
Nem se for para chutá-los.
15 novembro 2005
14 novembro 2005
Quase sem querer
Tenho andado distraído,
Impaciente e indeciso
E ainda estou confuso.
Só que agora é diferente:
Estou tão tranquilo
E tão contente.
Quantas chances desperdicei
Quando o que eu mais queria
Era provar pra todo o mundo
Que eu não precisava
Provar nada p'ra ninguém.
Me fiz em mil pedaços
P'ra você juntar
E queria sempre achar
Explicação p'ro que eu sentia.
Como um anjo caído
Fiz questão de esquecer
Que mentir p'ra si mesmo
É sempre a pior mentira.
Mas não sou mais
Tão criança a ponto de saber
Tudo.
Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu vejo o mesmo que você.
Tão correto e tão bonito
O infinito é realmente
Um dos deuses mais lindos.
Sei que às vezes uso
Palavras repetidas
Mas quais são as palavras
Que nunca são ditas?
Me disseram que você estava chorando
E foi então que percebi
Como lhe quero tanto.
Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
Às vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
E eu sei que você sabe
Quase sem querer
Que eu quero o mesmo que você...
(Legião)
13 novembro 2005
Sensações...
10 novembro 2005
Milágrimas...
Em caso de dor, ponha gelo
Mude o corte do cabelo
Mude como modelo
Vá ao cinema, dê um sorriso
Ainda que amarelo
Esqueça seu cotovelo
Se amargo for já ter sido
Troque já este vestido
Troque o padrão do tecido
Saia do sério, deixe os critérios
Siga todos os sentidos
Faça fazer sentido
A cada milágrimas sai um milagre
Em caso de tristeza vire a mesa
Coma só a sobremesa
Coma somente a cereja
Jogue para cima, faça cena
Cante as rimas de um poema
Sofra apenas, viva apenas
Sendo só fissura, ou loucura
Quem sabe casando cura
Ninguém sabe o que procura
Faça uma novena, reze um terço
Caia fora do contexto, invente seu endereço
A cada milágrimas sai um milagre
Mas se apesar de banal
Chorar for inevitável
Sinta o gosto do sal
Sinta o gosto do sal
Gota a gota, uma a uma
Duas, três, dez, cem mil lágrimas, sinta o milagre
A cada milágrimas sai um milagre.
(Zélia Duncan)
09 novembro 2005
Mistério...
Mas, o deus da rotina acho que se cansa também. E resolve nos surpreender. E traz novidades. E a cabeça começa a pensar de novo. O ar a entrar nos pulmões. E o coração a bater em um ritmo diferente... Mais do que engraçada, a vida é MISTERIOSA!!!
05 novembro 2005
Feche sempre o triângulo...
de repente, as nuvens somem do céu,
o socorro chega ao local do acidente,
a velhinha consegue atravessar a
rua e eu me levanto da cama de
pois de esquecer a porta aber
ta e a mente fechada com ca
deados colocados por cães
raivosos em uma vida
que deveria ser um
pouco mais, mes
mo que isso
signifique
um pou
co me
nos
.
02 novembro 2005
Vazio...
O barulho de seus passos na rua deserta atormentava-o, mesmo sendo acompanhado de perto por uma lua que não lhe tirava os olhos. A discussão trouxe a sua mente lembranças indesejadas. Não entendia porque teimava em permanecer em um relacionamento tão desgastante. Tudo aquilo poderia ter sido evitado logo no primeiro encontro, mas ele quis tentar. E mais uma vez errou. E mais uma vez está mal. A caminho de casa, acompanhado apenas pelo plec-plec dos sapatos e o olhar atento da lua, o que de muitas formas contribui para agravar seu quadro. Amanhã se arrependerá das palavras ditas. Do copo jogado no chão. E tentará recomeçar. E sabe da inutilidade desta tentativa. Pois sente, como sentiu desde o primeiro olhar, o quão vazio e preguiçoso anda seu coração. Pelo menos para experimentar um novo amor.