22 janeiro 2007

Minipílulas...

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."

Do alto do abacateiro, olhei os antigos telhados das casas e imaginei quais tipos de pessoas e vidas já viveram e vivem por ali. Um a um, qualifiquei comerciantes, pedreiros, donas de casa, borracheiros, policiais, professoras, motoristas, enfermeiras, sorveteiros, engraxates, prostitutas, bancários, fazendeiros, cabeleireiros, manicures, balconistas de farmácias, auxiliares de escritório, e mais um mundaréu de outros tantos, e inventei, para cada um daqueles telhados, um mundo finito e único, com choro e vela e chuva e nuvens e sexo e bocas e vida. Ainda do alto, solitário e vivo, esqueci de mim.

Janeiro já quase findava e o blog não merecia tal virgindade. Desde que foi parido, houve, por mais horrível e sem graça, ao menos uma mensal mensagem neste pouco freqüentado espaço. No início das férias, planejei um post por dia. Mais uma vez não cumpri. Pelo menos janeiro deflorou...

Sugestão de um subliterato: Ensaio sobre a cegueira, do Saramago. Aula sobre a vida.

Gilmar