27 fevereiro 2006

Lei de Murphy

Os cravos e espinhas crescerão em dobro quando você estiver com alguém que gosta de espremê-los.

22 fevereiro 2006

O Auto-Retrato















No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...
e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança...
Terminado por um louco!
(Mario Quintana)

20 fevereiro 2006

5 x quase 4

Eu bem que tentei postar um chocolate, pra provar que eu não esqueci da aposta.
Mas esse blog tá muito fdp hoje!

Beijos

Mirian

18 fevereiro 2006

"É isso aí"

Desculpem a sessão cópia, mas a simplicidade e a beleza desta música (versão da música The Blower´s Daughter - Damien Rice) obrigou-me a isso. Ave Ana Carolina! Ave Seo Jorge!

É isso aí
Como a gente achou que ia ser
A vida tão simples é boa
Quase sempre
É isso aí
Os passos vão pelas ruas
Ninguém reparou na lua
A vida sempre continua

Eu não sei parar de te olhar
Eu não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não sei parar
De te olhar

É isso aí
Há quem acredite em milagres
Há quem cometa maldades
Há quem não saiba dizer a verdade

É isso aí
Um vendedor de flores
Ensinar seus filhos a escolher seus amores

Eu não sei parar de te olhar
Não sei parar de te olhar
Não vou parar de te olhar
Eu não me canso de olhar
Não vou parar de te olhar

17 fevereiro 2006

O Observador

Andei observando os homens
E vi como eles se transformam com o passar do tempo.
Suas convicções mudam como a direção dos ventos.
Seus sonhos se transformam
e suas frustrações ganham os viéis da esperança.

Vi como são tristes os filósofos e os poetas
E como são felizes os incultos.
Como são exuberantes os apaixonados
e pálidos os solitários.

Como se machucam uns aos outros
E como fogem de si, querendo se encontrar.
Como gritam uns com os outros
quando deveriam sussurrar.

Vi o crente que se esconde atrás de seus dogmas
e o ateu que se esconde atrás de sua descrença.
Vi como o homem se distancia da sua essência
Quando quer ser o que outros querem que ele o seja.

Vi como riem dos palhaços
e como sentem dificuldades em rir de si mesmos
Como se insultam com tamanha facilidade
e como gostam de ser chamados de doutores.

Vi como se tornam tolos ao se acharem sábios
E como são sábios, quando se tornam humildes.
Vi como os adultos ensinam suas crianças
e como têm dificuldades de aprender com elas.

Andei observando os homens
E vi que eles não se olham quando se cruzam!

Qualquer animal sentiria o mútuo cheiro,
Na forma de um olhar ou uma lambida,
se comunicariam, mas não os homens:
- Eles se ignoram!

Têm medo uns dos outros.
Têm medo de ver no outro o espelho!

Andei observando os homens e vi como adoram deuses
de barro, de pedra, de metais, de chips de compudador, de papel-
moeda...
Vi como buscam fora de si, aquilo que só dentro podem encontrar
e como se fecham para a vida, abrindo-se para a morte.

Andei observando os homens e vi como é difícil voltar a ser menino
Andei observando os homens e vi como são tolos.
Observei os homens e vi como sou um deles...
(
Ronaldo Novaes )

Obrigado Cris!!!

08 fevereiro 2006

Quase um Segundo

Eu queria ver no escuro do mundo
Aonde está o que você quer
Pra me transformar no que te agrada
No que me faça ver
Quais são as cores e as coisas pra te prender
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei

Será que você ainda pensa em mim
Será que você ainda pensa

Às vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pêlos, teu rosto, teu gosto, tudo
Tudo que não me deixa em paz

Quais são as cores e as coisas pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei

Será que você ainda pensa em mim
Será que você ainda pensa

(Herbert Vianna)

Soneto de Busca

Oh Paciência, por que falta onde devia estar?
Na esperança de por fim ao meu tormento,
Que é querer morar longe e apreciando o mar,
Busco-lhe sempre em cada vil momento.

Talvez este dia chegue e continue tudo
Aqui dentro incerto e triste como agora é.
E eu viva então, pesaroso e mudo,
A navegar perdido, sem nenhuma fé.

E descubra, enfim, chegando a morte
Que a vida é um sonho, e mais nada.
É preciso, pois, um pouco de sorte

Para entender o ferimento desta espada:
Não é a vida indo embora por este corte.
É apenas o acordar de uma estada.
(Gilmar)

07 fevereiro 2006

Existência...

Fuja. Espere o amanhã chegar e fuja. Corra pelas florestas e esqueça. Esqueça e sonhe com sua vida. Esta que não existe. E se ela inexiste, o que sobra? Um dia eu talvez tenha existido. Lembro-me de flores perfumadas e de um sol laranja. Lembro-me de um sorriso. De um vento batendo suave em meu rosto. De crianças brincando no parque. Feiticeiros deslizando pelo ar. Também lembro-me de ter sonhado. Não estes sonhos sonhados por todos. Sonhei que existi de verdade. Foi rápido. E logo tornei-me à realidade. E escrevi sobre o sonho. Mas poucos creram em mim. E então voltei. Voltei a chutar pedras pelos caminhos percorridos, rir do que todos riam e agradecer por isso. Hoje sou uma cópia de minha curta existência. Esta que sonhei por alguns breves segundos em uma tarde de verão.
(Gilmar)

04 fevereiro 2006

Liberdade

Às vezes quero pés no chão e encontro asas. Outras vezes, sonho com vôos. Livre, liberto, de braços abertos. Porém, nada mais que o asfalto aparece em minha frente. E decidi. Hoje sou dono de mais um pedacinho meu. Tá bom. Há pessoas deveras importantes para mim. Porto-me, quase sempre, como um grande egoísta. Mas, hoje o meu mundo é meu. Mesmo que hoje só dure mais um pouco e amanhã já nem lembre de minha tão demorada decisão. Agora, porém, eu posso chutar as latas de minh'alma para fora de minhas cercas. Correr nu pela imensidão de meus pensamentos. Talvez este texto não queira dizer nada. E talvez, a única frase verdadeira de tudo até agora seja a anterior. Mas, pelo menos por alguns segundos, senti-me um homem livre. Deveria ter me alongado mais com as palavras.
No mais, estou feliz. Vivo e feliz.
(Gilmar)