21 junho 2007

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"Ela afundou o corpo nele o mais que pôde, como se assim pudesse aprisionar um instante, como se assim pudesse aprisionar o amor. E ele, querendo as respostas que a vida não lhe entrega e que só uma mulher é capaz de abrigar dentro de si, puxou os seus quadris com a ânsia de escorregar para dentro dela e ali ficar. Só uma fêmea é capaz de dividir-se assim ao meio: a metade de baixo a sobrepor-se forte, desfalecendo as resistências do macho e a de cima a ampará-lo doce, beijando e acarinhando os medos de um filhote".

Rita Apoena

Como ela mesma escreveu: " O mágico nunca conta os seus segredos. O poeta nunca explica uma entrelinha."

09 junho 2007

Caminhos...

Há quase quatro anos, uns mais, outros menos, decidimos começar uma nova fase em nossas vidas: escolhíamos, então, o cuidado, a ética, o humanismo, como motes para nos guiar. Curativos, aplicações e sondas fariam parte de nossa rotina, mas isso era o de menos. O melhor, em tudo, era a possibilidade de acolher e acalentar. O conhecimento adquirido seria o combustível para continuar a caminhada, além, é claro, da independência econômica, algo tão almejado por todos.
Você deve estar se perguntando: "Por que este discurso agora?" É que acabei de lembrar de um diálogo entre Julie Christie e Brad Pitt no filme Tróia de Wofgang Petersen. Ela, mãe de Aquiles, fala ao filho sobre o futuro, sobre a possibilidade de decidir entre uma vida calma, com esposa e filhos em sua ilha de origem, ou a chance de prosseguir o caminho por uma trilha desconhecida, que poderia resultar em fama e história (como realmente resultou), apesar das lutas e do risco de fracassar.
Mais uma vez você deve estar se perguntando: "E aí, qual a analogia?" É que no final deste ano muitos de nós conseguiremos alcançar mais um objetivo, porém está longe de ser o fim. Mais uma vez decidiremos o que queremos para nossas vidas... Uns escolherão a segurança do lar e da família, outros se arriscarão por mares nunca d'antes navegados. E a pergunta que às vezes pode aparecer neste momento é: qual das duas escolhas estão certas? Como no filme, não há respostas certas. Há escolhas.
E ainda bem que temos a possibilidade de escolher. Muitos quereriam isso.

Gilmar