15 dezembro 2007

Dia D

Se houvesse uma música especial para essa noite, ela começaria agitada e meio descompassada, como estavam nossas cabeças na época do vestibular. Quem teria, naquele momento, certeza da escolha bem feita, do caminho a seguir? Apesar dos conselhos das pessoas próximas, foi uma decisão nossa, intimamente nossa, e vencemos a primeira e talvez mais difícil batalha. Ficamos na frente de algumas centenas de pessoas e comemoramos a vitória, o início de um novo ciclo, com sorrisos e cabeças raspadas, alegria e tinta guache. Ali, esta cerimônia de hoje começava a se desenhar, mesmo não tendo noção disso. Mas, seria apenas a introdução... As notas seguiriam ainda por um bom tempo formando novas melodias.

Talvez devêssemos dividir a música em quatro partes, os nossos quatro anos juntos... Na primeira parte, havia uma vontade louca de aprender o novo, de buscar o desconhecido, mesmo ainda não tendo harmonia, como uma boa orquestra deveria ter. Eram muitos sonhos e desejos, e começávamos a nos conhecer. Não imaginávamos o que seria nossa futura profissão... Para muitos continuava a ser apenas aplicação de injeções e curativos. Apenas isso. As matérias básicas dos dois primeiros períodos já começavam a dar uma idéia da amplitude do curso, pois entramos em contato com coisas diversas como enzimas, genes, vermes adultos, metacarpos, referenciais teóricos, macrófagos, respiração boca-a-boca, Florence e uma passagem rápida e proveitosa pelos campos da filosofia, sociologia e antropologia. Entretanto, nada de agulhas, seringas e afins... Nessa primeira parte da música, a letra deveria vir acompanhada de guitarras distorcidas e bateria pesada, para trazer um clima de “o que nos espera de agora pra frente?”

O tempo seguiu seu ritmo e chegou o segundo ano. Já éramos considerados veteranos!!! Talvez a sala ainda não estivesse unida, mas já havia seus pequenos grupos, pessoas afins... Era bom olhar para o lado e ver que já não se estava sozinho. Apesar de difíceis, os consensos sempre vinham. O curso já tomava seu formato. Agora já víamos patologias, procedimentos, ética, família, saúde...O hit das provas era “Segura na mão de Deus”. E como essa mão nos ajudou!!! Por isso, a nossa música agora ganharia retoque gospel...

E o que parecia impossível aconteceu: chegou o terceiro ano!!! O início da segunda metade do curso trazia consigo um bom alento: o fim estava próximo. Apesar do cansaço, seguíamos em frente... Mesmo com pequenas discussões do dia-a-dia, a turma já se conhecia melhor... A gama de conhecimento também aumentava: convivíamos com entrevistas de ajuda, os onze sexos, a Wanda Horta, hanseníase, PVC, calendário de vacinação... A música incidental do momento era “Super Fantástico Amigo”. E com essa música também começávamos o Gran Finale! A quarta parte de nossa música, o quarto e último ano...

Seringas, scalps e curativos passariam a ser coisas mais rotineiras para nós. Apesar do Fayol, do Taylor e do Paulo Freire ainda fazerem com que freqüentássemos a sala de aula, os dois últimos atos de nossa sinfonia são marcadas pela mão na massa. E como foi gostoso perceber que seringas, scalps e curativos não eram o mais importante. O mais importante eram as pessoas, era saber ouvir e poder contribuir de alguma forma para aliviar o sofrimento alheio. Os grupos de estágios passariam por diversas situações novas e deixariam marcados, na memória de cada um de nós, situações ímpares, como o medo do primeiro banho em minúsculos seres humanos, ou o bingo com os freqüentadores do CAPS ou ainda o feijão tropeiro sendo comido em pleno bloco cirúrgico, algo impensável... A música então terminaria, como terminam as grandes canções. Com um gosto de dever cumprido.

Bem pessoal, quatro anos se passaram... Com maior ou menor graus de dificuldade, chegamos aqui. Foram inúmeros trabalhos, provas, quilômetros rodados, noites de estudo, ombros para lamentar o fim do namoro, festas, ranchadas, bebedeiras, cafés da manhã com o grupo de estágio, semanas de enfermagem, projetos de pesquisa e extensão, algumas dependências, muita loucura com o TCC, com os concursos, com os professores...

E por falar neles, é impossível não ter saído com ao menos um grande ídolo entre nossos mestres, alguém em quem se espelhar como profissional e ser humano. Assim como também devemos ser eternamente gratos a todos aqueles que participaram de maneira direta ou indireta para nossa formação, sejam eles familiares, amigos, colegas de trabalho e funcionários da instituição, incluindo de modo especial o pessoal da limpeza e da biblioteca.

Então... Esse discurso se encerra com um conselho, se é que isso tem alguma validade. E não é sobre filtros solares ou afins, e sim: não sejamos reconhecidos ou lembrados apenas por nossa profissão, pois isso reduziria e muito a nossa condição de homens e mulheres. Sejamos lembrados pela nossa disposição de tirar proveito da capacidade humana e de desfrutar a chance de sermos protagonista da vida e da arte. Como bem resumiu Rubem Alves, uma vassoura é extremamente útil, mas isso não a faz mais importante do que a nona sinfonia de Beethoven, que, a rigor, não tem nenhuma utilidade. Por isso, lembremos sempre de não trabalhar apenas com vassouras...

Parabéns a todos!!! Terminamos agora uma canção que começou há quatro anos...



13 dezembro 2007

11 dezembro 2007

Primeira visita ao Zezinho

Por Larissa

Recordações II...

























Fotos por Larissa

Quatro estações...

Mudaram as Estações
Nada mudou..
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu..
Tá tudo asssim tão diferente

Se lembra quando a gente chegou um dia acreditar, que tudo era pra sempre
Sem saber que o Pra sempre sempre acaba
Mas nada vai conseguir mudar o q ficou
quando penso em alguem so penso em vcs....


essas são minhas recordaçoes....
não somente em fotografias, mas sei que todas estas imagens estão gravadas em nossos coroçoes...
não tenho fotos de todos, mas fiz o maximo pra nao faltar ninguém
é claro que nao deu pra colocar todas, mas em outro momento contribuo mais para esse humilde espaço que temos
que é tão rico,por passar por aqui somente pessoas queridas...

É moçada tá chegando,..............
Amanhã já iniciamos a despedida final...........
Mas que todos não se esqueçam, agora pode ser o fim da faculdade, mas é o ínicio de nossa vida... e agora mais que nunca NOSSSSSSSAAAAA...........
(Larissa)

Recordações...

































Fotos por Larissa